segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Top 10 - Os melhores filmes de 2008

2008 foi um ano repleto de filmes fantásticos. Muitos deles trouxeram consigo uma nostalgia gostosa que deram uma magia a mais às produções. Tivemos o retorno nos cinemas de "velhas amigas", também vimos um musical com sucessos que embalaram as noites românticas e baladeiras dos nossos pais, fomos apresentados a um Chaplin moderno e ficamos emocionados com um dos últimos filmes de um ícone do nosso tempo.

A Lufa-Lufa assistiu, discutiu e apresenta seus filmes favoritos de 2008.

10 - Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Último trabalho lançado do diretor Tim Burton em parceria com Johnny Depp sobre um barbeiro com sede de vingança contra poderosos de Londres.
Embora visualmente seja um prato cheio para os fãs da estética dark de Tim Burton e seu típico humor negro, o filme pode ser extremamente irritante àqueles não acostumados com musicais, com sangue ou musicais com muito sangue. Como musical, o filme não deixa nada a desejar aos fãs do gênero, as músicas se encaixam perfeitamente no filme que se desenrola sem muitas embromações, porém é um tanto indigesto talvez pelo personagem Anthony que entoa "I seeeeeeeeeee you.... Johanna" durante boa parte do filme. Superados esses empecilhos é possível se encantar com as atuações de um elenco de primeira linha, composto por Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Alan Rickman, entre outros.
Um filme muito bem feito que pode decepcionar os fãs de Burton, pois falta o carisma, a bizarrice e a ingenuidade de personagens, características que sempre permearam os melhores filmes do diretor.

9 - Meu Nome Não é Johnny
Filme estrelado por Selton Mello, conta a história de um dos principais traficantes cariocas dos anos 90, João Guilherme Estrella.
Sem pretensão de discutir valores morais, O filme de ritmo intenso, se vale quase todo pela história incrível do protagonista, que consumiu e vendeu drogas na zona sul do Rio de Janeiro, foi preso e condenado na Europa e hoje é empresário, produtor musical e compositor.

8 - Kung-Fu Panda
Despretensioso e divertido como poucos dos filmes voltados às crianças, nonsense e impecável visualmente como todas as animações da Dream Works. Po é dublado pelo engraçadíssimo Jack Black, que além de emprestar a voz ao panda cedeu alguns de seus movimentos. A animação também contou com as vozes de Angelina Jolie, Lucy Liu, Jack Chan, Seth Rogen e David Cross. A história do urso que precisa lutar para salvar seu lar é uma das mais cativantes de 2008.

7 - Sangue Negro
A construção de um império nos Estados Unidos no fim do século XIX e começo do XX por Daniel Plainview. A ambição deste interpretado por Daniel Day-Lewis(impecável como sempre), bate de frente com a ambição do Pastor Eli Sunday (Paul Dano). Ao seguir a dica de um desconhecido, Daniel parte para Little Boston com o filho adotivo H.W. em busca de petróleo, ao encontrar se instala na cidade e os conflitos entre as duas grandes forças formadoras dos Estados Unidos, a igreja e o petróleo
começam quando ele não permite que Eli, o pastor, benza o poço petrolífero que inaugura. Daniel Day-Lewis ganhou o Oscar de melhor ator por este filme merecidamente, é impossível não se arrepiar do início ao fim com a interpretação do inglês trazendo a tona toda a ambição e loucura do personagem. Paul Dano,que a maioria deve lembrar como o irmão emo da garotinha de Little Miss Sunshine, também encarna de forma exemplar o assustador pastor de Little Boston. O clima tenso do filme também se deve muito a trilha sonora que chega a ser fundamental para criar o suspense e entender a tensão entre os personagens.

6 - Sex and the City
O filme começa com os preparativos de Carrie para se casar com Mr Big, aliás... John, e em volta desse casamento as histórias de suas amigas Miranda, Charlotte e Samantha também se desenrolam.
O filme peca pela super exposição de marcas que ao invés de reforçar a fama fashion da série, que acaba deixando o filme fútil demais. Também peca pela criativdade. A série que era marcada por situações inusitadas, acaba por vezes caindo em situações cômicas clichês, o que empobrece a história feita como um episódio extendido. Tentando deixar as comparações negativas de lado, o filme é glamouroso como a série, festeja o amor, a autenticidade, mas principalmente a amizade, como todos os fãs esperavam.
O figurino é um personagem à parte, montado pela deusa Pat Field. Mr Big continua lindo e safado, mas como sempre não dá pra odiá-lo. Já as quatro amigas Carrie, Miranda, Samantha e Charlotte ainda vivem os mesmos conflitos.
Filme para fã mesmo e como fã eu adorei. *-*

5 - Mamma Mia!
O musical da Broadway estreou em forma cinematográfica esse ano e liderou as bilheterias brasileiras por semanas. O grande chamariz do filme, as músicas do gruepo sueco Abba, foi o principal trunfo deste musical em que a personagem Sophie tenta encontrar seu pai convidando os três "suspeitos" para seu casamento, sem que sua mãe (Meryl Streep) soubesse.
O cenário, uma bela ilha grega, colabora para o clima alegre do filme, que contrasta de diversas formas com Sweeney Todd. Ótimo filme que pode deixar "sequelas" de ABBA na cabeça durante dias.

4 - Homem de Ferro:
Começo já falando da trilha sonora que é ótima! AC/DC, Audioslave e Black Sabbath são exemplos. A história tem um conteúdo "realista" que falta em muitos filmes de heróis, embora tenha algumas falhas na trama, como tradição em filmes de super-heróis. Tony Starks é um péssimo exemplo para humanidade: mulherengo, beberrão, meio estúpido e um bilionário da indústria bélica, que quando vai ao oriente Médio demonstrar uma de suas novas invenções é raptado e obrigado a construir um míssil. Dali nasce o Homem de Ferro. \o\
Robert Downey Jr. anti-herói por natureza,fez perfeitamente o papel de Tony Starks, divertido e mesmo "engajado" um tanto escroto. Ao invés de fantasioso, o filme prezou pela proximidade da realidade sem aquele clima moralista, sentimental e ético que marcam filmes como Homem-Aranha por exemplo, o que pode ser considerado junto com Batman, uma nova fase para os filmes do gênero.

3 - EMPATE: Juno e Wall-e
Juno é uma "comédia dramática" meio nonsense para nós brasileiros, acostumados a ver menina grávida sendo espancada pela mãe por desperdício de dinheiro e onde a decisão de não abortar e criar o filho sozinha é um exemplo de dignidade e afins. É um filme meio utópico quando mostra tanto diálogo e compreensão entre as pessoas. A protagonista da história, é uma garota que fica grávida acidentalmente de um amigo e resolve entregar o bebê pra adoção.
Com um elenco "adulto" e jovem ótimo, da atriz mais "descolada" de Hollywood, Ellen Page, até o cara mais nerd e fofo, Michael Cera, ambos muito jovens e talentosos, o tema que poderia dar margem pra muito melodrama é tratado com seriedade, mas também leveza. Leveza essa que também se apresenta na ótima trilha sonora, composta por Velvet Underground, Sonic Youth e Moldy Peaches.
Sem cair em clichês, o filme dá noções de responsabilidade (tanto da jovem quanto dos pais), a importância do diálogo, ética e principalmente bom-humor.

Wall-e já é um clássico. Em meio a muito filmes hypados pela mídia, este é sem dúvida um filme obrigatório. Tanto pela estética, quanto pela história e o tema.
Arrisco a compará-lo com Tempos Modernos de Charles Chaplin, embora um tenha uma visão apocalíptica do futuro, ambos são críticas a aspectos do mundo moderno e do capitalismo. Nessa questão Wall-e chega a ser assustador logo na primeira cena onde vemos a Terra transformada em um "lixão". Wall-e também é um filme mudo durante uns vinte minutos pelo menos, as falas não fazem a mínima falta nessa parte do filme onde aprendemos a amar o robôzinho que tem traços de Chaplin até no "olhar".
Visualmente, é chavão dizer que uma animação da Pixar é espetacular, mas Wall-e supera. O tema logicamente é um convite para belíssimas e sinistras imagens que a Pixar produziu com louvor.
O filme acaba com uma visão otimista do futuro, principalmente nos créditos finais onde... err... é surpresa.

2 - P.S. Eu te amo
O único filme romântico escolhido pelos lufanos. A história é sobre uma mulher, Holly, que entra em profunda depressão após a morte do marido Gerry. Entretanto, sabendo que ia morrer Gerry deixa diversas cartas para a esposa, no intuito de ajudá-la a se recuperar.
No elenco Gerald Butler, o já eterno Leônidas de 300, Hillary Swank (Menina de Ouro) e a sumida Lisa Kudrow, vulgo Phoebe. Filme água com açúcar para os dias de chuva, porque ninguém é de ferro.

1 - Batman - O Cavaleiro das Trevas
O segundo filme dessa nova fase do Batman, em que Coringa se junta ao crime organizado para tentar destruir o homem-morcego.
Quando as pessoas se lembram desse filme, logo vem à cabeça Heath Ledger. Ele com certeza foi estupendo nesse filme, mas não o fez sozinho, o elenco inteiro foi impecável. Principalmente, lógico, o "trio" Heath Ledger, Christian Bale e Aaron Eckhart, o Harvey Dent que foi pouco lembrado pelo público mesmo seu personagem dele tendo a mais incrível das reviravoltas.
Além das incríveis cenas de ação, a sequência da perseguição Harvey Dent - Coringa - Batman foi maravilhosa, o filme acertou também nos diálogos.
Os discursos do Coringa realmente davam ao público o que pensar, principalmente nas cenas em que ele tentava desafiar a moral do Batman.
A verdade é que o Coringa não roubou ou tomou o filme do herói. O Batman sempre foi contido e reservado em suas ações e falas, Bale o interpretou como deveria e neste caso, a estrela do filme só poderia ser o psicopata, o anarquista, o provocador Coringa, interpretado por Heath ledger com maestria.
A cena das barcas chega a ser agonizante. Temos mesmo o direito de decidir quem deve ou não morrer? A discussão da ética mais do que as atuações, cenas perfeitas e tudo mais, é o que realmente surpreende no filme que com toda certeza foi o mais completo exibido em 2008.

0 comentários: