Na minha estréia como colunista d'O Escavador fiquei em dúvida sobre o que escrever. A criatividade não vem quando clamamos, portanto resolvi falar de um tema com o qual me sinto suficientemente familiarizada: o cursinho pré-vestibular.
Acredito que muitos dos leitores passaram, passarão, passam ou como todos nós temem esta fase difícil e meu compromisso nesse texto, não é acalmá-los meus caros, ou dizer palavras doces para amenizar o sofrimento, é um texto sem objetivos, assim como talvez seja o vestibular.
Durante três anos de nossas vidas vivemos a bonança: temos vida social, podemos desfrutar da rebeldia adolescente, brigar com os pais, nos preocupar com a aparência. Alguns temem o fim do ensino médio, outros anseiam por ele, buscando a glória eterna; alguns corajosamente, vivem sem se preocupar com nada, ateus, que acham que a vida (e a alma) termina no ensino médio, depois serão enterrados e comidos por todos os decompositores existentes (trabalho, casa, filhos) e assim será até que não reste nada.
Para alguns que durante toda a sua vida persistiram na fé, a chegada ao paraíso é direta. Para outros, a chegada ao convívio dos eleitos (Usp, Unicamp, etc) é muito mais dolorosa, para eles como Jesus certa vez disse: "Haverá choro e ranger de dentes!"
Estes, passam pelo purgatório, também conhecido como cursinho, onde temos "uma última oportunidade de purificação/conversão onde as pessoas que findaram o ensino médio possam se preparar para ter a capacidade de conhecer o paraíso". Lá nos vemos diante de diabólicas criaturas como polinômios, oxidoreduções, logaritmos, dilatações, reações, probabilidades, orações coordenadas substantivas ao mesmo tempo que vemos uma certa chama de esperança nas fotossínteses, nos relevos, nas interpretações de textos, na beleza de aprender que os artigos, pronomes e adjetivos concordam com o substantivo a que se referem; aprendemos as teorias dos homens, aquilo que eles fizeram para tentar compreender o que se passa em nosso mundo, vemos onde muitos erraram e acertaram e compreendemos a beleza das palavras. Certamente, é nossa última chance de redenção, de tentar perceber aquilo que nossas pequenas vidas deixaram em segundo plano.
Sim, é uma experiência desafiadora e parece bem interessante, a confiança de que você irá preparado para uma Usp da vida lhe enche de alegria!
Porém, daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente o Pai.
Por essa razão, não são poucos os casos daqueles que passam, três, quatro, SEIS anos no purgatório; O Julgamento Final se dará no vestibular, onde apenas os justos herdarão os céus. Os justos ou àqueles que se aproveitaram da baixa concorrência em alguns setores do paraíso.
A luta é árdua, exige sacrifícios, que se percam namoradas, o respeito de seus amigos, tudo para alcançar a glória eterna.
Entretanto, ninguém nunca sabe como é o céu antes de estar lá...
Seria mesmo o paraíso? Ou a continuação do purgatório... Fazendo-nos ansiar cada vez mais por um paraíso inexistente?
Acredito que muitos dos leitores passaram, passarão, passam ou como todos nós temem esta fase difícil e meu compromisso nesse texto, não é acalmá-los meus caros, ou dizer palavras doces para amenizar o sofrimento, é um texto sem objetivos, assim como talvez seja o vestibular.
Durante três anos de nossas vidas vivemos a bonança: temos vida social, podemos desfrutar da rebeldia adolescente, brigar com os pais, nos preocupar com a aparência. Alguns temem o fim do ensino médio, outros anseiam por ele, buscando a glória eterna; alguns corajosamente, vivem sem se preocupar com nada, ateus, que acham que a vida (e a alma) termina no ensino médio, depois serão enterrados e comidos por todos os decompositores existentes (trabalho, casa, filhos) e assim será até que não reste nada.
Para alguns que durante toda a sua vida persistiram na fé, a chegada ao paraíso é direta. Para outros, a chegada ao convívio dos eleitos (Usp, Unicamp, etc) é muito mais dolorosa, para eles como Jesus certa vez disse: "Haverá choro e ranger de dentes!"
Estes, passam pelo purgatório, também conhecido como cursinho, onde temos "uma última oportunidade de purificação/conversão onde as pessoas que findaram o ensino médio possam se preparar para ter a capacidade de conhecer o paraíso". Lá nos vemos diante de diabólicas criaturas como polinômios, oxidoreduções, logaritmos, dilatações, reações, probabilidades, orações coordenadas substantivas ao mesmo tempo que vemos uma certa chama de esperança nas fotossínteses, nos relevos, nas interpretações de textos, na beleza de aprender que os artigos, pronomes e adjetivos concordam com o substantivo a que se referem; aprendemos as teorias dos homens, aquilo que eles fizeram para tentar compreender o que se passa em nosso mundo, vemos onde muitos erraram e acertaram e compreendemos a beleza das palavras. Certamente, é nossa última chance de redenção, de tentar perceber aquilo que nossas pequenas vidas deixaram em segundo plano.
Sim, é uma experiência desafiadora e parece bem interessante, a confiança de que você irá preparado para uma Usp da vida lhe enche de alegria!
Porém, daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente o Pai.
Por essa razão, não são poucos os casos daqueles que passam, três, quatro, SEIS anos no purgatório; O Julgamento Final se dará no vestibular, onde apenas os justos herdarão os céus. Os justos ou àqueles que se aproveitaram da baixa concorrência em alguns setores do paraíso.
A luta é árdua, exige sacrifícios, que se percam namoradas, o respeito de seus amigos, tudo para alcançar a glória eterna.
Entretanto, ninguém nunca sabe como é o céu antes de estar lá...
Seria mesmo o paraíso? Ou a continuação do purgatório... Fazendo-nos ansiar cada vez mais por um paraíso inexistente?
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